Este relato
de experiência é resultado do projeto de leitura desenvolvido na Escola de
Educação Básica Lourdes A.S. Lago, com a obra Joaquim
Toco na Terra do Gãr que foi
lida, interpretada e contextualizada coletivamente com as turmas do sétimo ano
71, 72 e 73.
Inicialmente,
contamos com a presença da autora Hilda Beatriz Dmitruk (em sala de aula) onde
explanou sobre a importância desta obra para a região Oeste de Santa Catarina,
pois a história do Oeste não é apenas de desbravadores e agroindústrias que
aqui surgiram, mas também de populações originárias que habitavam e foram
violentamente expulsas da região por empresas colonizadoras.
Destacamos
que a obra Joaquim Toco na
Terra do Gãr é resultado da
parceria entre o Ministério Público Federal e a Universidade Comunitária da
Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ) através de árduo e rigoroso trabalho de coletas
de dados nas próprias comunidades indígenas que almejam resgatar não somente as
histórias, mitos, costumes, tradições Kaingang, mas também retratar a realidade
deste povo que foi esquecido no decorrer do tempo.
Após a
leitura e entendimento da obra, organizamos a visita de estudo na Aldeia Toldo
Chimbangue durante a Semana Cultural Kaigang/Guaraní onde os alunos tiveram a
oportunidade de visualizar a exposição que havia no local e compartilhar
brincadeiras como a Corrida da Torra e jogar futebol com os meninos indígenas,
o que possibilitou aprendizados, interações e entrosamentos culturais.
Nas
conclusões das atividades pedagógicas do projeto de leitura alguns alunos deram
seu depoimento de como se sentiram em participar de um momento cultural
diferente da sua cultura. Simultaneamente, vídeos e slides foram produzidos e
os alunos fizeram as apresentações para toda a escola ao final do segundo
bimestre.
Aproveitando
que na escola há a feira do conhecimento - que se constitui numa ocasião ímpar
- foram elaborados cartazes com fotos tiradas junto aos indígenas, bem como,
brinquedos utilizados pelas crianças na aldeia, como exemplo: o peão, o biboque
e a peteca feita de palha de milho e penas de galinha.
Já em
seus lares os alunos confeccionaram as pernas de pau, flechas e machadinhas.
Para presentear as pessoas que viessem contemplar a feira na escola, foram
produzidas lembranças com os símbolos Kame e Kairu contendo uma bage de
amendoim e a frase “Seja você a semente da paz entre os povos”.
Também
resgatamos o pilão o qual faziam a canjica. Do mesmo modo, expusemos outros
alimentos, como: a abóbora, a batata, a laranja, a bergamota. Foram expostas
algumas plantas representando as matas, em exemplo, a bananeira e as
folhagens.
Já a
fonte de água procurou lembrar as origens dos nativos. Por fim, foram
partilhadas gravações com cantos de pássaros. Os alunos em dupla representando
os kaingangs - kame e kairu se revezaram em duplas. O espaço da mostra agregou
as disciplinas de Ensino Religioso, História e Geografia.
Identificamos
que essas experiências foram encantadoras e, além de demonstrarem a importância
do Ensino Religioso não confessional, despertaram para novas relações
dialógicas e de respeito frente às demais culturas que compõe a região.
Por Adenize Vieira de Jesus
Parabéns professora Adenize e estudantes!!! As fotografias comprovam a beleza e grandiosidade das aulas desenvolvidas. Lhe admiro pela pessoa e profissional que és!!!
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