quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Projeto de leitura e feira do conhecimento



Este relato de experiência é resultado do projeto de leitura desenvolvido na Escola de Educação Básica Lourdes A.S. Lago, com a obra Joaquim Toco na Terra do Gãr que foi lida, interpretada e contextualizada coletivamente com as turmas do sétimo ano 71, 72 e 73.
Inicialmente, contamos com a presença da autora Hilda Beatriz Dmitruk (em sala de aula) onde explanou sobre a importância desta obra para a região Oeste de Santa Catarina, pois a história do Oeste não é apenas de desbravadores e agroindústrias que aqui surgiram, mas também de populações originárias que habitavam e foram violentamente expulsas da região por empresas colonizadoras.
Destacamos que a obra Joaquim Toco na Terra do Gãr é resultado da parceria entre o Ministério Público Federal e a Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ) através de árduo e rigoroso trabalho de coletas de dados nas próprias comunidades indígenas que almejam resgatar não somente as histórias, mitos, costumes, tradições Kaingang, mas também retratar a realidade deste povo que foi esquecido no decorrer do tempo.
Após a leitura e entendimento da obra, organizamos a visita de estudo na Aldeia Toldo Chimbangue durante a Semana Cultural Kaigang/Guaraní onde os alunos tiveram a oportunidade de visualizar a exposição que havia no local e compartilhar brincadeiras como a Corrida da Torra e jogar futebol com os meninos indígenas, o que possibilitou aprendizados, interações e entrosamentos culturais.
Nas conclusões das atividades pedagógicas do projeto de leitura alguns alunos deram seu depoimento de como se sentiram em participar de um momento cultural diferente da sua cultura. Simultaneamente, vídeos e slides foram produzidos e os alunos fizeram as apresentações para toda a escola ao final do segundo bimestre.
Aproveitando que na escola há a feira do conhecimento - que se constitui numa ocasião ímpar - foram elaborados cartazes com fotos tiradas junto aos indígenas, bem como, brinquedos utilizados pelas crianças na aldeia, como exemplo: o peão, o biboque e a peteca feita de palha de milho e penas de galinha.
Já em seus lares os alunos confeccionaram as pernas de pau, flechas e machadinhas. Para presentear as pessoas que viessem contemplar a feira na escola, foram produzidas lembranças com os símbolos Kame e Kairu contendo uma bage de amendoim e a frase “Seja você a semente da paz entre os povos”.
Também resgatamos o pilão o qual faziam a canjica. Do mesmo modo, expusemos outros alimentos, como: a abóbora, a batata, a laranja, a bergamota. Foram expostas algumas plantas representando as matas, em exemplo, a bananeira e as folhagens. 
Já a fonte de água procurou lembrar as origens dos nativos. Por fim, foram partilhadas gravações com cantos de pássaros. Os alunos em dupla representando os kaingangs - kame e kairu se revezaram em duplas. O espaço da mostra agregou as disciplinas de Ensino Religioso, História e Geografia.
Identificamos que essas experiências foram encantadoras e, além de demonstrarem a importância do Ensino Religioso não confessional, despertaram para novas relações dialógicas e de respeito frente às demais culturas que compõe a região.

                                                         Por Adenize Vieira de Jesus


Um comentário:

  1. Parabéns professora Adenize e estudantes!!! As fotografias comprovam a beleza e grandiosidade das aulas desenvolvidas. Lhe admiro pela pessoa e profissional que és!!!

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