terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Convite - Venha ser professor/a de Ensino Religioso

O Curso de Ciências da Religião da FURB está com o processo de inscrições abertas para quem queira ser professor de Ensino Religioso.
As inscrições, gratuitas, serão através do histórico escolar até a data de 10 de dezembro de 2014 na Praça de Atendimento ao Estudante - Bloco A do Câmpus 1, das 08 horas às 20 horas.
Para maiores informações acesse: 

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Seminário O Outro Lado da Barragem Norte: impactos e desafios na Terra Indígena Laklãnõ-Xokleng


A Barragem Norte, localizada no município de José Boiteux (SC), é uma das três barragens que controlam o forte fluxo de água que entra no Rio Itajaí-Açu. A Barragem Norte foi finalizada em 1992, com capacidade de aproximadamente 355.000.000 m³ que alagam uma área de aproximadamente 870 hectares. Grande parte desta área de alagamento se concentra na Terra Indígena Laklãnõ-Xokleng, situada nos municípios de José Boiteux, Doutor Pedrinho, Vitor Meireles e Itaiópolis (SC).

Desde o início da construção, em 1972, os impactos causados pela barragem às famílias indígenas são imensuráveis e se repetem: interferência negativa nas tradições culturais, pois a comunidade que vivia unida em torno do Rio Hercílio necessitou se separar em diferentes aldeias para fugir das inundações; famílias desabrigadas; casas inundadas e condenadas; falta de água potável e alimentos; estradas interditadas; aldeias isoladas; cancelamento das aulas nas escolas; profissionais da saúde sem fazer o atendimento nas aldeias; riscos de deslizamentos; insegurança e angústia pela próxima inundação.

O seminário objetiva visibilizar o processo e os impactos gerados com a construção da Barragem Norte na Terra Indígena Laklãnõ-Xokleng, buscando construir estratégias de defesa dos direitos da população indígena e integração de suas demandas na gestão de risco de desastres do Vale do Itajaí.

Data: 25 de novembro
Horário: 8h30m às 18h 
Local: Auditório da Biblioteca da FURB - Rua Antônio da Veiga 140, Bairro Victor Konder, Blumenau/SC
Promoção: Conselho de Missão entre Povos Indígenas, Fundação Luterana de Diaconia e Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional - PPGDR/FURB.


Para mais informações, contate: 
Georgia Fontoura: (047) 9926 2774; Jasom de Oliveira: (047) 8481 0087



Exposição em Araranguá

          Apresentando o tema ‘Eu respeito às diferenças’, os trabalhos dos alunos do 6º, 7º e 8º ano do Ensino Fundamental das EEBs Castro Alves e Maria Garcia Pessi, estão expostos na sede da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Araranguá. Os bonecos são resultado do Projeto de Ciências da Religião, de autoria da professora de Ensino Religioso, Bernadete Gomes Januário. Ela explica que a temática na atividade pedagógica desenvolvida em sala de aula resultou nos bonecos de garrafa pet, com roupas confeccionadas com TNT, papel crepom, entre outros materiais reciclados.
          Entre os objetivos do projeto está o de promover o conhecimento inter-religioso, por meio de uma breve biografia de personagens que se destacaram dentro de uma determinada religião, ou atitudes filosóficas de vida missionária, como padre Cícero, Moisés, José, Jacó, Maria, José, Maomé, judeus, monges, entre outros.
              A exposição que traz o respeito à diversidade cultural pode ser conferida até o dia 25 de novembro no hall da 22ª SDR, que fica na Rua Porfírio Lopes de Aguiar, nº 401, Bairro Cidade Alta.

Fonte: SDR/SC

domingo, 7 de setembro de 2014

Edital de Convocação

Prezado(a) associado(a):

Em conformidade com os artigos 8, 9, 11, 12, 29 e 31 do Estatuto da Associação dos Professores de Ensino Religioso de Santa Catarina - ASPERSC , queremos lembrar que a diretoria convoca seus membros associados para a Assembleia geral ordinária de 2014 que se reúne no dia  27 de setembro de 2014, nas dependências da Universidade Regional de Blumenau - FURB, Bloco S, sala S - 109, com início as 13h 00, em 1ª chamada e em última convocação 30 minutos após, com a seguinte 

Ordem do dia
01- Abertura;
02- Apresentação para apreciação da prestação de contas 2014;
03- Avaliação dos II Seminário Internacional Culturas e Desenvolvimento; II Congresso Sul-Brasileiro de Promoção dos Direitos Indígenas e V Colóquio Catarinense de Ensino Religioso;
04- Planejamento 2015;
05- Outros a serem incluídos pela assembleia;
06- Encerramento.



Sua participação é muito importante!
  

sábado, 23 de agosto de 2014

Formação Continuada em São Lourenço do Oeste

          Aconteceu no último dia 22 formação continuada em São Lourenço do Oeste. O encontro é destinado aos professores que atuam na Rede Estadual de Ensino daquela gerência e tem por objetivo realizar estudos das leis que regulamentam o Ensino Religioso bem como elaboração e socialização de atividades de aprendizagem desenvolvidas no componente.
Confira imagens!








terça-feira, 12 de agosto de 2014

IX SEMINÁRIO DA APER/RS



Prezado(a) educador(a):

       A Associação de Professores de Ensino Religioso do Rio Grande do Sul - APER/RS está realizando seu IX SEMINÁRIO, cujo tema é "A Vida e o Amor nas Religiões" com o objetivo de refletir sobre a contribuição das religiões na valorização da vida e na vivência do amor na cultura dos povos.

       Neste ano, contará também com o Grupo de Diálogo Inter-religioso  de Porto Alegre - DIRPOA, para assessorar o evento.  Acontecerá no dia 29 de agosto de 2014, das 8h30min às 17h30min no Auditório da Livraria Paulinas, Rua dos Andradas, 1212 - Porto Alegre.

         A programação é a seguinte:
- 8h30min: Credenciamento
- 9 horas: Abertura - Diretoria da APER/RS
- 9h30min: A vida e o Amor nas Religiões
Assessoria: Grupo de Diálogo Inter-Religioso de Porto Alegre (G-DIRPOA)

* Budismo Tibetano
* Budismo Zen
* Centro Cultural Islâmico do RS
* Conselho Estadual da Umbanda e dos Cultos Afro-Brasileiros
* Fé Bahái
* Federação Espírita do Rio Grande do Sul
* Igreja Católica Apostólica Romana
* Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
* Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil
* Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência

- 12horas: Intervalo
- 13h30min: Reinício das atividades
- 15horas: Assembleia Eletiva da APER/RS
- 17h30min: Encerramento com entrega dos certificados


    Informações podem ser obtidas através do e-mail: ensinoreligiosoaperrs@gmail.com

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Rubem Alves

Há mais de uma semana faleceu o escritor e pedagogo Rubem Alves. Na visão dele as escolas estão preocupadas com o conhecimento científico e pautadas por grades curriculares se tornando chatas porque as coisas são impostas as crianças, não se levando em consideração o desejo de aprender presente no estudante; as crianças fazem perguntas incríveis, mas tais respostas não se encontram nos programas.
No seu ver o modelo clássico de ensino, em que o professor passa conteúdos aos estudantes não tem mais validade, pois a inteligência se desenvolve a partir das perguntas, pois as crianças possuem interesse por coisas que estão próximas a si e não com o abstrato.
      O mineiro, nascido em Boa Esperança, é tido como uma das principais referências no que compete a educação e deixa um grande legado com mais de 160 livros publicados.

"Enquanto a sociedade feliz não chega, que haja pelo menos fragmentos de futuro em que a alegria é servida como sacramento, para que as crianças aprendam que o mundo pode ser diferente. Que a escola, ela mesma, seja um fragmento do futuro..." Rubem Alves

Fontes:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2014-07/beto-agrava-o-estado-de-saude-de-rubem-alves
http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/entrevista-rubem-alves-471231.shtml

sábado, 28 de junho de 2014

Inscrições abertas - Venha ser Professor/a de Ensino Religioso


Prezados/as,

A Universidade Regional de Blumenau - FURB, está com inscrições abertas  (até 03/07) para o Curso de Ciências da Religião - Licenciatura em Ensino Religioso, agora em novo horário - segunda a sexta-feira das 18h30min às 22h.

Incentive os professores/as de sua comunidade, escola ou rede a cursarem! Quem já possui uma licenciatura poderá obter equivalência e consequentemente ter alguma(s) noite(s) de folga.

A disposição para eventuais esclarecimentos.

Profa. Simone Riske Koch
Coordenação de Ciências da Religião - Licenciatura em Ensino Religioso

Contato: srkoch@furb.br

Atividade de Aprendizagem - Anos Iniciais


Atividade de aprendizagem desenvolvida nas aulas de Ensino Religioso
Escola Municipal Novo Horizonte – CENHO
Professora: Rosinei Pedrotti Ferrari
Série: 1º ano
Conceito Essencial: Ser Humano
Tema/Conteúdo: Alteridade
Título: Eu e o Outro

Para que os estudantes dos primeiros anos iniciais do ensino fundamental compreendessem a felicidade de serem únicos/singulares/sem igual neste universo das diferenças, percebendo que possuíam características diversas, mas eram iguais em direitos e deveres, desenvolvemos atividades de aprendizagem denominadas Eu e o Outro. A mesma tinha por objetivo possibilitar a compreensão da importância do respeito perante as diferenças no ambiente familiar, escolar, religioso e social fundamentais para o crescimento individual, pessoal e coletivo.
Nessa perspectiva, utilizamos vários recursos pedagógicos para que os estudantes percebessem suas diferenças e dos colegas como: “características, gostos, ideias,...” por meio de histórias, brincadeiras, cantigas, poesia intitulada “Ser diferente”, diálogos e interações. Propusemos ainda aos estudantes uma intervenção, com todos os sujeitos que compunham a escola municipal CENHO; assim os mesmos passaram nas salas de aulas pronunciando a seguinte frase “As diferenças não atrapalham, elas nos ensinam”. Também foi entregue um lindo cartão juntamente com uma balinha colorida que dizia:


Diante disso, foi possível compreender que embora tenhamos características diferentes, somos importantes neste mundo e apresentamos sentimentos humanos, pois as pessoas sentem tristezas, alegrias, medos, angústias...e cada qual possui um coração que merece muito cuidado, dai a necessidade de fazermos ao outro apenas aquilo que gostaríamos de receber em troca. E a balinha colorida representou a diversidade e as cores dos amigos o qual trabalhamos as historinhas: “As cores dos amigos”, “Ninguém é igual a ninguém”, “Não faz mal ser diferente”, “Na minha escola todo mundo é igual”, entre outras.
       O momento foi muito gratificante, pois além do envolvimento com todos os estudantes da unidade escolar, cada qual de fato aprendeu a importância de dar valor a cada diferença que encontram uns nos outros, bem como o cuidado com as atitudes, relacionamento e práticas alteritárias que venham contribuir com a convivência entre e na diversidade.


A ASPERSC parabeniza a professora Rosinei e seus estudantes. Ao mesmo tempo, convida você educador(a) para partilhar as atividades desenvolvidas nas aulas de Ensino Religioso!

domingo, 8 de junho de 2014

II SICDES

            Entre os dias 14 a 16 de maio de 2014 ocorreu o II Seminário Internacional Culturas e Desenvolvimento (SICDES), o II Congresso Sul-Brasileiro de Promoção dos Direitos Indígenas (CONSUDI) e o V Colóquio Catarinense de Ensino Religioso (CCER), evento organizado pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ), Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB) e Associação dos Professores de Ensino Religioso do Estado de Santa Catarina (ASPERSC).
            O II Seminário Internacional teve como tema Educação Intercultural em Territórios Contestados e contou com palestras, documentários, homenagem a Dom José Gomes (em memória) e a indígena Ana da Luz do Nascimento (Fennó) (em memória), rodas de diálogo, apresentações culturais e comunicações orais de trabalho reunindo mais de seiscentos educadores, pesquisadores, líderes de movimentos sociais e estudantes.
A ASPERSC agradece a cada um(a) que esteve participando do evento, as pessoas que colaboraram na divulgação e realização e aos que por motivos diversos não puderam se fazer presentes.
Confira nos endereços abaixo algumas das atividades desenvolvidas durante o evento.
Como a interculturalidade pode mudar o mundo
Programa Café com Ciência. Participam os Professores Elcio Cecchetti, José Mario Mendéz, da Universidad Nacional de Costa Rica, e Milton Caceres, da Universidad Estatal de Bolívar.
http://unochapeco.edu.br/unowebtv/play/como-a-interculturalidade-pode-mudar-o-mundo



Abertura Seminário Internacional Culturas e Desenvolvimento (SICDES) 



Homenagens a Dom José Gomes (em memória) e Ana da Luz do Nascimento (Fennó) (em memória)


Mesas temáticas 



Noite Cultural




Rodas de Diálogo 


Apresentações orais 


Encerramento





quinta-feira, 29 de maio de 2014

Formação para educadores


        Aconteceu, na última sexta-feira 23, em São Lourenço do Oeste, o segundo encontro da formação para educadores que atuam com o componente Ensino Religioso. O curso que é uma iniciativa da Gerência Regional de Educação de São Lourenço do Oeste integra profissionais dos municípios de Campo Erê, Coronel Martins, Novo Horizonte e São Lourenço do Oeste, os quais ministram a disciplina em diferentes escolas da região.
Coordenam a formação as professoras Eliane Ludwig, Rosinei Pedrotti Ferrari e Josiane Crusaro, que visam com o grupo de educadores socializar e partilhar experiências, bem como, planejar atividades de aprendizagem que venham ao encontro do objeto de estudo da disciplina. O curso compreende quatro encontros e propõe também a integração dos educadores de Ensino Religioso, através da música, do diálogo, de dinâmicas e de construções coletivas, totalizando um total de 40 horas.
O próximo encontro está previsto para o dia 06 de agosto, a realizar-se na Gerência Regional de Educação de São Lourenço do Oeste. 
A Associação dos Professores de Ensino Religioso de Santa Catarina - ASPERSC parabeniza a iniciativa e apoia momentos como esse em que, conjuntamente, os educadores utilizam da socialização, da interação, do pensar, do criar e do registro, para construir percursos em prol de uma educação diferencial, capaz de provocar a transformação no planeta em que vivemos.
   



terça-feira, 27 de maio de 2014

Gostaria de um remédio

                                                          Educadores/as

Confiram abaixo atividade de aprendizagem desenvolvida nas aulas de Ensino Religioso!

Agradecemos e parabenizamos o professor Claudiomiro da Silva pelo excelente trabalho que vem realizando com seus estudantes, promovendo a reflexão e aprendizagem.



Gostaria de um remédio...

Sempre gostei de trabalhar com adultos até porque a reflexão favorece em muito e flui com mais facilidade. Claro que isso não é uma regra, dependendo do grupo que se trabalha. Aprecio e muito o conhecimento por duas razões: quando a propriedade do saber que a pessoa apresenta  é tão seu e tão genuíno, quanto as marcas do corpo, seja pelo sofrimento, pelo cansaço ou pelos duros calos da vida. Onde a pessoa fala com propriedade de alma e coração. Nas palavras erradas, na simples construção das ideias, mas com uma profundidade que comove e faz-nos parar para refletir. A outra é aquela embasada na aplicação ao estudo, leitura e pesquisa com enraizamentos teóricos e históricos que vão muito além do que acreditávamos ser possível, mas com uma roupagem de humildade e muita segurança sem fazer perceber que todo aquele saber fosse sua propriedade, mas fruto do seu esforço e de todos e tudo que se abriu como possibilidade para alcançar tal estágio.
Quando sou convidado para trabalhar com crianças ou mesmo adolescentes, sinto essa dificuldade. Muito longe passo das duas experiências dos saberes acima citadas e como gostaria de ser a síntese das duas experiências sem querer ser pretensioso demais. Eu só queria saber mais. E nesse propósito de saber mais, resolvi deixar que meus alunos me ensinassem (por incrível que pareça foram crianças e adolescentes) sobre a vida, sobre os sonhos, sobre a família. Sim, sobre a família de cuja impressão que tive é que no mínimo tenho que tomar dois cuidados ao falar ou fazer qualquer juízo de valores, comportamentos ou níveis de aprendizagem quando estiver trabalhando com as crianças e adolescentes e porque não dizer, com todos. Por isso parto de uma premissa bem simples, o que já refleti em outro texto: se não sabe como funciona, não mexa. Digo mais, quando estou no meio de um universo de possibilidades e de relações tenho que tomar todo o cuidado com o que ensino, como ensina ou se é que se ensina, já que neste texto estou refletindo sobre a recíproca inversa. Ou seja, qual o signo, qual o sinal que imprimo na vida dessa pessoa, desse ser humano. Imagine se um médico fizesse uma cirurgia e deixasse por descuido ou mesmo negligencia, por exemplo, uma gase dentro da pessoa. As vozes mais rebeladas e moralistas diriam sobre processo, uma surra, coisas do gênero ou piores. Então como ficaria a situação de quem imprime indelevelmente ou estupidamente sinais, ou objetos não materiais, mas que se materializarão em dor e morte para a vida de uma criança ou qualquer outra pessoa, bem lá no fundo do seu ser. O que mereceriam?
Resolvi então, mudar minha aula e deixar os alunos falarem. Trabalhei músicas com o violão, textos, dinâmicas, brincadeiras, filmes e outros etceteras e pouco resultado obtive. Resolvi deixar todo meu material pedagógico da bolsa em casa e a enchi de quinquilharias. Eram bonecas, bichinhos, prego, martelo, corda, corrente, cacos de cerâmicas, pilhas, caixas de remédios (vazias), e se você quiser imaginar mais um monte de outras coisas e por na bolsa, está valendo. Mudei a configuração da sala e usei música instrumental para fazer um fundo e ir acalmando a agitação e o “fervo” da moçada. Era sem pressa, apesar de que quarenta e cinco minutos é um tempo muito pequeno e quando a coisa fica boa tem que parar. Mas não paramos, estamos continuando pelas aulas vida afora. Tão logo terminei a explicação do objetivo da dinâmica, com sucesso total de fundo com a música, o que fê-los aquietar-se profundamente, e que estranhei e me maravilhei. Pedi que ao contemplar os objetos, os relacionassem com sua vida de família, do cotidiano, já que estávamos trabalhando com o projeto a um bom tempo. Tão logo encerrei minha explicação e pedi para que não tivessem pressa, um menino se adiantou e perguntou se poderia começar. A vontade, disse. Veio até o centro da sala onde os objetos estavam dispostos no chão em uma espécie de grande círculo, tomou uma caixa de remédio e um caco de cerâmica e disse: Gostaria de encontrar... começou a chorar, sentou-se. Gostaria de encontrar um remédio para consertar os cacos que minha família e minha vida virou. Falava isso porque a mãe estava com câncer e o pai estava com muitas dificuldades pessoais e relacionais. Isso desencadeou uma choradeira na grande maioria. E até os mais agitados ficaram incomodados com a situação. Logo em seguida uma menina pegou uma corda na mão e segurou com muita força e disse: professor eu não aguento mais, estou me sentindo enforcada. O outro com a corrente: estou me sentindo preso. E o ambiente começou a ficar carregado de uma comoção generalizada. A menina, pega um patinho e uma bonequinha e diz não suportar a comparação que os pais faziam dela com a irmã mais nova. Tudo é para ela e pareço que não existo. Outra pega o martelo e diz que gostaria de falar para o pai que parasse de trabalhar tanto e desse mais atenção para a família. E incrivelmente o choro foi de soluçar e eu estava começando a ficar preocupado. Não tinha objetivo nenhum de fazer ninguém chorar como se dizem em alguns desses encontros por aí: foi bom porque o pessoal se “debulhou” chorando. Fui deixando acontecer e percebendo as diversas reações. A emoção de meninos e meninas e a frieza de alguns. Resumindo, quase encerrando nosso tempo de aula, disse: não tenho outra coisa a fazer a não ser chorar com vocês. Foi bonito, puro, original.
A questão que me vem a mente agora é esta: depois desse despertar maravilhoso, que foi diferente de turma para turma, o que faremos com o sofrimento, a dor, a dificuldade e a alma dessas crianças já tão cedo dilaceradas pela dor, pela violência e vítimas da busca momentânea de felicidade pessoal de alguns pais e mães que acabam condenando a felicidade integral de seus filhos? O professor não está na condição de resolver problemas de ordem emocional, pessoal, familiar ou qualquer que seja. Por isso é que deixei meu conteúdo programado do bimestre das aulas de Ensino Religioso, para poder penetrar na “alma” desses pequenos passageiros da vida que já sofrem com as turbulências desde muito cedo e que muitas vezes não tem a quem recorrer. Não posso fazer da sala de aula um divã, mas posso fazer desses pequenos espaços de cuja habilidade pedagógica me falta um pouco, um momento tão único e exclusivo a ponto de que o momento de partilha liberou espaço para outros saberes em que esse drama existencial ocupava espaço demais por simplesmente não partilharem ou não lhe darem acesso. Não quero dizer que tenho que converter minha aula nessa espécie de experiência ou laboratório de emoções e desafetos gratuitos. Quero dizer que a inusitada experiência me abriu campo em que conquistei os alunos para fazer com eles “reflexão de gente grande”. Simplesmente por terem o espaço deles garantido e respeitado, ganhei eles, seus corações e o meu espaço de reflexão livre e respeitado.
Nosso mundo de relações ficou bem mais estreito e próximo e mesmo para os mais agitados e inquietos, e que não conseguiram partilhar nada. Ao que me ficou explícito é de que mora dentro de cada um, ou de alguns, uma dor profunda e aquele sentimento de que gostariam de ter falado, mas tem medo, vergonha ou qualquer sentimento do tipo, o que vão pensar de mim. Sempre me veem como o maioral e agora fracassei. Tememos nossas fraquezas e as escondemos por trás de mil desculpas do tipo “não é nada”, “tem nada não”, “dexa quieto”... se pudéssemos fazer uma viajem a começar da concepção, empilharíamos histórias e mais histórias que nos custariam dias para serem ouvidas e aqui todos nós gostaríamos de um remédio para consertar os cacos que também nossa vida virou por trabalharmos demais não só como realização do que busco alcançar, mas por não suportar a comparação com quem tem e é diferente. Como diz Kierkegaard: a maior tragédia do ser humano é a comparação. Não suportamos, não aceitamos, porem vivemos a vida em face desse universo pesaroso de conquistas vãs onde nos falta o grande remédio. É, realmente, gostaria de um remédio. Não vem em uma caixa mágica que concerta os cacos. Talvez eu encontre em alguém que simplesmente queira me ouvir. Sentir. E se não há o que fazer, porque ninguém quer ou mesmo se a gente pode fazer algo pelo outro que a pessoa não esteja disposta a fazer por si, tenho que respeitar. E se o choro for inevitável, então chorarei junto contigo. Completarei e contemplarei a sua dor, empresto meus ouvidos e compartilho as minhas lágrimas, não como quem é fraco, mas como quem precisa de um remédio salutar para curar a alma tão dilacerada mesmo que para o mundo não há importância nenhuma e não fará nenhuma diferença. Mas o mundo dessa pessoa se converterá em algo um pouco mais suave e prazeroso.
Um remédio simples, sem contra indicação, tão escasso e tão raro entre nós. Gente pagando, e muito caro para sorrir, ser feliz, ter amigos, querer viver, ser amado. Se ouvir é eficaz, redentor e capaz de devolver a dignidade as pessoas, que eu empreste os olhos, ouvidos, coração, mente e todo o meu ser para que eu vá me diluindo pela realização e felicidade do outro. E o que é mais interessante que descobrimos no final que a pessoa mais feliz ainda sou eu. Mesmo que haja quem diga que isso é pensar e querer muito além do que é possível. É porque ainda não nos desafiamos para tal por saber que o grande milagre só acontece de duas formas: por quem faz a provocação e principalmente por quem deseja profundamente que ele aconteça. É o milagre que nasce de dentro, do querer mais profundo e sincero da pessoa que diante do outro que a ouve, compreende e chora junto, derrama sua alma com toda solicitude e humildade. Poxa, isso já é um milagre sem que aconteça feito maravilhoso, porque já é uma maravilha. Logo, o remédio que eu gostaria está dentro de mim, de você, mas preciso do outro para me ajudar ver onde não posso. Onde guardei dentro de mim que se perde com tanta inutilidade e precisa de alguém que o diga que está ao alcance de sua mão, tão pronto para ser tocado, encontrado, curado. 


Fonte: Claudiomiro da Silva

sábado, 24 de maio de 2014

Uma aula, muitas ideias



                                            Educador/a:

Este espaço tem o objetivo de divulgar atividades de aprendizagem desenvolvidas nas aulas de Ensino Religioso por você e seus estudantes!

Nos encaminhe um breve comentário com fotos das produções realizadas no intuito de estarmos divulgando a beleza das atividades e demonstrando a importância do componente no currículo e ambientes escolares!


ASPERSC








sábado, 22 de março de 2014

CICLO DE PALESTRAS E DEBATES SOBRE OS RUMOS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR

 
 
Estão abertas as inscrições para o Ciclo de Palestras e Debates sobre os Rumos da Educação Escolar que ocorrerá entre o período de 31/03 a 12/09/2014, com carga horária de 40 horas.
O evento que acontecerá no Auditório Lang Palace Hotel, em Chapecó/SC,  é realizado pelo PARFOR e Mestrado em Educação da Unochapecó com a parceria da 4ª Gerência Regional de Educação e Secretaria Municipal de Educação de Chapecó.


Mais Informações no link: http://www.unochapeco.edu.br/palestrasrumoescolar ou via e-mail com a coordenadora do curso Teresa Machado da Silva Dill: teredill@unochapeco.edu.br
 

segunda-feira, 3 de março de 2014

Chamada de resumos para o II SEMINÁRIO INTERNACIONAL CULTURAS e DESENVOLVIMENTO


        Entre os dias 14 e 16 de maio de 2014, acontecerão em Chapecó/SC o II Seminário Internacional Culturas e Desenvolvimento (SICDES), o II Congresso Sul-Brasileiro de Promoção dos Direitos Indígenas (CONSUDI) e o V Colóquio Catarinense de Ensino Religioso com a temática Educação Intercultural em Territórios Contestados.

        No desejo de que todos possam participar, apresentando suas pesquisas, lembramos que a Primeira Circular de Chamada de Resumos já está disponível no endereço:

          Informações sobre inscrição, programação e local do evento, você também pode conferir acessando:
 http://bell.unochapeco.edu.br/sicdes2014/
 
 

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Boas vindas!

           Na próxima semana estaremos acolhendo os estudantes nas escolas! Será momento de reencontros e também de novas amizades!
O espaço estará permeado por diálogos, partilhas, sorrisos, olhares atentos, novidades e emoções!
Esperamos que assim seja até o findar do ano onde cada um(a) sinta-se integrante na nova família a ser formada.
 
         A Associação dos Professores de Ensino Religioso do Estado de Santa Catarina - ASPERSC deseja estar com você nesta caminhada e por isso lhe convida para enviar fotos e depoimentos das atividades de aprendizagem que estará desenvolvendo com os estudantes para que possamos divulgar no blog (aspersc.blogspot.com) a extrema importância do Ensino Religioso no espaço escolar!
        
         Também convidamos aos que ainda não são sócios para se associarem realizando o preenchimento da Ficha de Inscrição e realizando depósito no valor de R$35,00 em um dos seguintes bancos:
Banco VIACREDI: 085, Agência 0101-5, Conta Corrente 201.775.0 ou
Banco do Brasil: 001, Agência 34207, Conta Corrente: 53.643-1 e enviar cópia do comprovante de pagamento através do e-mail aspersc2003@gmail.com.
 
 
Bom ano letivo!!!